sábado, 17 de outubro de 2020

 LEMBREI-ME.


Sala de jantar
Noite, luz de lamparina.
Quietude...
Um homem sentado
Numa cadeira de balanço
Um cigarro de palha
A fumaça lhe encobria
A face sisuda.   
Não conversava
Olhar parado.
Do outro lado da sala
Uma bela senhora
Esguia, cabelos da cor de prata
Enrolados sobre a nuca.
Vez ou outra soltava
Os cabelos como fios de prata
Sobre os ombros caiam.
Tristonha... Amassava o fumo
Enchia o cachimbo
Acendia... E a fumaça
Começava a subir, com delicadeza.
Colocava na boca muda
Sentava-se num canto da sala
E ficava a olhar o ziguezague da fumaça
E os seus sonhos se desfaziam como a fumaça
Solidão... Quietude. Moravam naquela sala
Palavra nenhuma se ouvia
E a lamparina ia ficando fraquinha
Quase apagando
A solidão era tanta
Que nem a luz da lamparina
Iluminava aquela sala
E a bela mulher
Foi se apagando
Como a luz da lamparina.
Terezinha C Werson
21/10/2012
ISTO ACONTECIA COM MEUS AVÓS.


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

 

Poeta cantor

 

Meu pai escrevia versos

Naquele papel de bodega,

Só que eu não entendia

Lia e jogava fora,

Seus sonhos e fantasias.

 

Naquele sertão tristonho

O sol forte da manha,

Dos pássaros que se aninhavam

Nas flores do seu quintal.

 

Das tardes vermelho fogo

Das noites azul, estreladas.

Das nuvens que passeavam

Cobrindo a lua amarela.

 

Meu pai cantava alto

Sua voz era tão bela

O silencio aparecia

E ficava bem quieto

Só para ouvi-lo cantar.

 

E o papel da bodega

Espalhavam-se no balcão

Cheios de poesias

Do sonhador do sertão

Que cantava e escrevia.

 

Mas eu que nada entendia

Lia e jogava fora

Mas o vento aparecia

E seus versos carregavam

Pra tão longe... Que sumiam.

Terezinha C Werson.

 

 

Quem sou eu

Minha foto
Sao Paulo, Capital, Brazil
Gosto de escrever poesias prefiro escrever do que falar gosto de ler,nao tenho autor preferido, o importante é que seja um bom livro. escrever é uma maneira de mostrar o que nos vai na alma.
Powered By Blogger

Arquivo do blog

Seguidores