Se não me lembrar do passado Não terei memória. Esquecer que fui criança Das estradas que passei Das bênçãos que alcancei Dos rios que mergulhei.
Pobre de mim se não Lembrar do passado. Da juventude bonita Daqueles sonhos tão belos!
Dos jardins todos floridos Do meu falar com as flores Das gargalhadas gostosas Dos caminhos que andei Com Jesus me protegendo Derramando as suas bênçãos Como chuvisco miúdo Sobre a minha cabeça.
Pobre de mim se não lembrar o passado É porque perdi a memória. Deus livra-me desta tragédia Se me esquecer do passado Como lembrar o presente Como sonhar com o amanhã? Jesus me livra desta desdita Me deixa lembrar o passado De hoje, e do amanhã.
Eu vi a solidão Andando no caminho Solitário Vi sentada no banco Do jardim.
Eu vi a solidão Andando nas ruas solitárias Vi ela no céu perdida Entre as estrelas No mar sobre as águas.
Vi a solidão na face da criança Na face enrugada do velho No casebre e no palácio Na cidade e no sertão No choro e no sorriso.
Vi a solidão Na musica No canto do pássaro Na noite escura Nas noites iluminadas Andando nas madrugadas
Vi a solidão Entrando em qualquer canto No meio da multidão Falando eu me chamo Solidão aonde chego Vou ficando Sou carrasca Faço morada onde quero Entro e faço morada E também faço estrago.
Se eu me conhecesse Não cometeria tantos Erros desnecessários.
Não falaria sem pensar Não ofenderia para depois me desculpar Não guardaria tantos rancores. Que machuca o corpo e a alma.
Perdoaria mais, falaria menos Se eu me conhecesse Teria mais paciência Teria mais amor, e menos ira.
Seria mais piedosa Mais calma Amaria mais Ajudaria mais.
Mais eu não me conheço Às vezes sou estranha De mim mesma Tarde de mais digo: Porque fiz isto? Porque fui rude? Porque não apoiei o mendigo Porque senti nojo? Porque faço o que não quero E o que quero isso não faço. Que pena eu nem me conheço.
Oito dias, quanto tempo... De repente surge do meio Dos escombros uma criança Isso é bênção! Deus quanta emoção... Renascimento. Nos braços dos soldados Sobre aplausos Aparece um menino Abençoado... Será que era um anjo? Braços abertos Em forma de uma cruz Belíssimo! No meio desta tragédia Tantas bênçãos eu vi. Uma criança tristonha Não sorria A mãe surgiu entre os feridos Aproximou-se da criancinha Na sua face resplandeceu uma luz Ela olhou para a mãe e sorriu.
Ipês coloridos... Enfeitam a minha rua Sem casas e sem calçadas Não tem carros não tem gente Só aquela velha solidão.
Apenas uma alameda O seu fim eu não enxergo... Nas tardes ensolaradas Na sua sombra me abrigo.
E caminho lentamente Pisando sobre as folhas secas Como um tapete estendido Colorido e macio Feito só para mim.
Vou pisando de mansinho Para folhas não quebrar Naquela rua, moro eu e a solidão Mora pássaros coloridos Que cantam pra me alegrar.
Quando a tarde cai tristonha Naquela solidão medonha Sento sobre as folhas. Por entre galhos coloridos Olho para o céu vejo Deus Me junto aos pássaros E cantamos uma canção Para Deus... Terezinha C Werson
Mar calmo manso Que lindo! Nas profundezas inquietação Algo se move onde ninguém ver. De repente num segundo As profundezas estremecem! A terra balança tudo esta ruindo Escombros gritos desespero! Não existe escolha velhos crianças Grávidas, doentes, ricos, pobres Poeira barulho pavor Deus não entendemos Tanta tragédia Horror! final dos tempos? Apocalipse... Tudo acabado. Pessoas sem pão Sem água sem casa Sem parentes Sem amigos O mundo estremece De tristeza. Senhor nos ajuda a entender Tanta angustia tanta dor.
Os casebres do sertão Chão seco empoeirado Paredes quase caindo Teto esburacado.
Uma fumaça fininha Mingau ralo de farinha Panelas velhas vazias Cadê comida cadê água? Sei lá... Meu Deus... É tão pouco... Nem um pedaço de pão.
Eita matuto sofrido Cama uma esteira Ou uma velha rede rasgada O matuto pensativo Senta-se no velho batente Acende o seu cachimbo Fica a olhar a fumaça Que para longe vai sumindo... Mais pensativo ele fica No cachimbo tem fumaça E no casebre nenhuma.
Passarinhos não existem Voaram faz muito tempo Já esqueceram o caminho A tristeza é tanta, Que até reza esqueceu.
Cortinas fechadas Casa escura Raios entravam pelas Frestas das portas Iluminando a escuridão.
Abri a cortina Recostei-me sobre a vidraça E fiquei a contemplar os Grossos pingos.
Uma imensa cortina de gotas Caiam sobre os telhados Como uma cortina de brilhantes Rolavam sobre os telhados.
O vento batia na cortina De brilhantes O vento e a cortina Numa dança linda! Ao som dos trovoes E sobre a claridade dos raios Bailavam sobre os telhados.
No silencio falo tudo Penso mais, Vejo mais beleza no céu Nas flores.
No silêncio sinto tudo Deus caminhando ao meu lado, O vento me tocando. No silencio entendo À noite O dia a madrugada.
No silêncio amo O mar Os rios e as florestas Amo Deus Amo o silêncio Do amanhecer.
No silencio peço paz peço bênçãos Peço pão e agradeço. Neste silencio medito Amo o silencio das ondas Quase parando A areia molhada Que dos meus pés vai sumindo.
Neste silêncio ouço o meu coração Batendo quase em silêncio.
Vou dormir coberta Pelos raios das estrelas E do luar. Que passam pelas Frestas do meu telhado.
Pela luz suave que cobre a minha cama... Sonharei... Caminhando entre as estrelas A voz de Deus ouvirei, entre anjos andarei Sonharei com a paz que eu quero Neste sonho sorrirei.
Serei feliz... Ao amanhecer despertarei... Coberta pelos raios do sol Que como uma colcha prateada Se estendeu sobre a minha cama.
Sonharei acordada Que no céu eu caminho Conversando com Deus Serei feliz e sorrirei...
Gosto de escrever poesias
prefiro escrever do que falar
gosto de ler,nao tenho autor preferido, o importante é que seja um bom livro.
escrever é uma maneira de mostrar o que nos vai na alma.