sábado, 7 de maio de 2011

UMA CARTA PARA MINHA MÃE



Ao acordar lembrei-me de você.
E chorei...
Da sua juventude.
Seu andar altaneiro
Das suas mãos de fada
Bordando fazendo rendas,
Que beleza! Tudo ficava
Tão, bonito eu me orgulhava
De você minha mãe.
O tempo foi passando
Pelo deserto você caminhou
O caminho era áspero
Mas você atravessou.
Chegou ao vale.
Amanhecia... Para levantar-se
Que agonia o corpo todo doía
Passos vagarosos
Mãos trêmulas
Mesmo assim tentava
Bordar ou costurar
Quando a linha acabava
Chamava uma das filhas e dizia:
- Minha filha coloca a linha
Na agulha, pois esse trabalho
Tenho que terminar
Lembrei-me e chorei...
Mas ela estava no vale
E Deus estava com ela
Às vezes olhar parava
Na imensidão...
No olhar pura solidão...
Lembrei-me das vezes que choravas
As lagrimas escorrendo entre as rugas.
Vagarosamente colocavas
As mãos trêmulas
Sobre a face tentando
Enxugar as gotas
Que como chuva caia.
Mas um dia escalaste
A montanha e nos braços
Do pai adormeceste.
Enquanto escrevia chorei...


Terezinha C Werson
7/5/2011

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Gosto de escrever poesias prefiro escrever do que falar gosto de ler,nao tenho autor preferido, o importante é que seja um bom livro. escrever é uma maneira de mostrar o que nos vai na alma.
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