domingo, 21 de outubro de 2012



LEMBREI-ME.

Sala de jantar
Noite, luz de lamparina.
Quietude...
Um homem sentado
Numa cadeira de balanço
Um cigarro de palha
A fumaça lhe encobria
A face sisuda.   
Não conversava
Olhar parado.
Do outro lado da sala
Uma bela senhora
Esguia, cabelos da cor de prata
Enrolados sobre a nuca.
Vez ou outra soltava
Os cabelos como fios de prata
Sobre os ombros caiam.
Tristonha... Amassava o fumo
Enchia o cachimbo
Acendia... E a fumaça
Começava a subir, com delicadeza.
Colocava na boca muda
Sentava-se num canto da sala
E ficava a olhar o ziguezague da fumaça
E os seus sonhos se desfaziam como a fumaça
Solidão... Quietude. Moravam naquela sala
Palavra nenhuma se ouvia
E a lamparina ia ficando fraquinha
Quase apagando
A solidão era tanta
Que nem a luz da lamparina
Iluminava aquela sala
E a bela mulher
Foi se apagando
Como a luz da lamparina.
Terezinha C Werson
21/10/2012
ISTO ACONTECIA COM MEUS AVÓS.




2 comentários:

Soaroir de Campos disse...

Vim conhecer teu blog. Parabens. Salut!

Patrícia Pinna disse...

Muito triste ver um casal assim, sem cumplicidade, proximidade.
Solidão é horrível, principalmente acompanhada.
A ausência de diálogo faz tudo esfriar, tornar-se morno, beirando a morte.
Triste fim, realidade de muito e muitos.
Uns, fazem parecer normal, parceria aos olhos dos outros, mas sozinhos, são cada vez mais ilhados!

Quem sou eu

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Sao Paulo, Capital, Brazil
Gosto de escrever poesias prefiro escrever do que falar gosto de ler,nao tenho autor preferido, o importante é que seja um bom livro. escrever é uma maneira de mostrar o que nos vai na alma.
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